quinta-feira, 29 de abril de 2010

PD #2: Duelo das Porções


Maracanã. Quase 70 mil ingressos postos á venda e completamente esgotados. O campeão do Brasileirão 2009 contra o campeão da Copa do Brasil do mesmo ano. Um com a pior campanha da primeira fase, passando graças a uma complicada combinação de resultados, e o outro com a melhor campanha, passando com sobras. Além de tudo isso, as duas maiores torcidas do Brasil, frente á frente, num confronto de mata-mata da mais importante competição interclubes do continente, e o ataque titular da nossa seleção na última copa num embate de titãs. Receita perfeita para um jogo histórico... Pena que ninguém contava com um aguado modo de preparo.
Flamengo e Corinthians se enfrentaram ontem num Maracanã tomado de torcedores rubro-negros e com a Fiel muito bem representada. Um jogo pegado, repleto de muita luta e vontade para ambos os lados, decidido nos detalhes. Eram poucos os que contavam com o toró na Cidade Maravilhosa uma hora antes do jogo, deixando o gramado do Maior do Mundo em condições precárias para a prática do futebol de muito toque de bola apresentado pelas duas equipes.
O focado e organizado Corinthians veio cheio de moral, com a serenidade de quem foi o melhor da América na primeira etapa da competição. Já o abalado Flamengo, entrou em campo empurrado pela Nação, que procurou ignorar problemas internos ocorridos nos últimos dias para apoiar o time num momento crucial. Com a bola rolando, as duas equipes foram muito bem marcadas pelas poças no campo de jogo, a todo momento desarmando a galera. O chutão e a cavadinha, muito usada no Beach Soccer, foi importante recurso para a troca de passes. A bola não corria solta, mas as pancadas sim. Muitas faltas e reclamações para ambos os lados. Fruto de tudo isso, aos 36 minutos da primeira etapa, Michael comete sua segunda falta dura em menos de 10 minutos e é expulso, levando a Magnética à loucura. O estreante técnico Rogério Lourenço se viu numa situação indigesta logo no seu primeiro jogo á frente do Mais Querido do Brasil.
Aos poucos, a chuva diminuía na medida que a qualidade do espetáculo aumentava. E, gerando alívio aos donos da casa, a primeira etapa terminou sem gols. O segundo tempo era importantíssimo para eles, por todos os ângulos: fosse segurar o resultado com um homem a menos ou levar uma vantagem para o jogo da volta, que ficaria menos indigesto.
Com a bola no chão, o Flamengo foi superior ao Timão, dependente de Ronaldo, mas esse não estava num dia de Ronaldo. A torcida rubro-negra deu show, apoiando seus representantes o tempo inteiro, que os correspondiam em campo. Foram duas na trave, além de defesas do goleiro Júlio César e bolas venenosas, arrancando urros de lamentação dos presentes. E no meio desses lances, o decisivo aconteceu.
Aos 19 da segunda etapa, os hexacampeões usaram o que têm de melhor: a velocidade. Léo Frango-de-Macumba Moura lançou o Umpa-Lumpa Juan, que deu um tapa no caroço e esperou o toque (ui) de Moacir. Pênalti acima de qualquer discussão. O Imperador do Império da Banha pediu a criança e guardou-a no cantinho direito. Começou a correr, mas parou no meio, olhou com cara feia pros súditos, como quem diz "Me vaiaram, também não brinco mais", e comemorou com os companheiros.
O Maraca tremeu!.. Sim, o Adriano correu bastante, mas não foi por causa disso... Tá, o Ronaldo também tava em campo, porém, parado. A razão foi a mulambada aliviada com a gordinha lá dentro e os gordinhos em campo.
A volta, em Sampa, promete. Se os cariocas receberam a chuva, imagina a turma da Terra da Garoa.

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